domingo, 14 de fevereiro de 2010

1ª Corrida de Braga, de 14Fev2010 (1ª mensagem de 3): CRÓNICA

No passado dia 14 de Fevereiro de 2010, os Suicidas Brácaros tiveram a felicidade de poderem participar numa prova oficial na sua própria terra: na 1ª edição da "Corrida de Braga" (cartaz aqui)
     Esta prova, que teria (mas não tinha) 10km, era a oportunidade para os SB se apresentarem a Braga e, para o fazerem em grande estilo, estrearam as suas camisolas oficiais! 
     Numa cidade de enorme importância como Braga, além das muitas tradições em termos de atletismo que tem (S.C.Braga incontáveis vezes Campeão Europeu de Estrada, organização da Taça dos Campeões Europeus de Corta-mato em Braga no início dos anos 90, etc) e com tantas centenas ou milhares de desportistas amadores, não se admitia que ainda não houvesse uma prova "em termos", direccionada a amadores e entusiastas! É certo que a cidade merecia, pelo menos, uma Meia-maratona mas... Dado que quase nada existia até agora, já foi óptimo realizar-se uma prova destas!... Ainda que organizada por uma empresa de Aveiro, a "Atletica Iberica Organizações Desportivas, Lda" (que julgamos ser a dona do site Atletas.net - praticamente o único sítio onde encontramos qualquer referência à prova) e ainda que praticamente sem divulgação.

Tempo: numa altura do ano fértil em chuva e frio, a chuva, no dia da prova, andou arredada de Braga... Porém, o frio fez-se sentir com muita intensidade, não tanto pela temperatura analisada isoladamente, mas pelo surpreendente vento gélido, de tremer. Embora se tenha tido sorte por não chover (conforme tinha acontecido nos dias anteriores), foi realmente difícil sentir um vento tão gelado que, nem antes nem depois desse dia, voltou a assolar Braga (e mesmo os concelhos vizinhos). De qualquer modo, se os atletas não apanhassem um resfriado, até estavam condições relativamente favoráveis à prática desta prova.

Percurso: quanto ao percurso da "1ª Corrida de Braga", antes de mais, há a registar uma infeliz situação a apontar à Organização, que não tem a ver com o percurso em si, que nos pareceu óptimo, mas com o facto de ter sido sempre divulgado que teria 10km e, depois, verificou-se que tinha apenas 9,2km! Ainda mais grave é, porque não seria difícil completar o percurso com mais 800m com ligeiríssimas perturbações ao trânsito (que, realce-se, nunca durariam mais de 1hora, num Domingo de manhã, de frio), e de seguida apresentamos algumas sugestões, que podem talvez ser aplicadas na segunda edição da prova: 
  1. Se a partida fosse dada na passadeira anterior (N 41º33.105  O 8º25.147, alt.195m), ganhar-se-iam 100m por volta, e continuaria a ter espaço para todos os participantes, mesmo que mais atletas houvesse.
  2. Se, em vez de se dar a volta acima da viragem para o Estádio 1º de Maio, junto da viragem para o Clube de Caçadores (N 41º32.329  O 8º25.102, alt.195m), se desse imediatamente após o separador central pintado que antecede a rotunda seguinte (N 41º32.174  O 8º25.396, alt.224m), ganhar-se-iam 1300m por volta, e as únicas complicações de trânsito seriam conceder 1 via (numa estrada com 4) para os carros que saíssem do Parque de Campismo em direcção a Nogueira e obrigar quem quisesse aceder ao Clube de Caçadores ou ao bairro do Picoto a tomarem tal percurso pelo Bairro Nogueira da Silva. Porém, nem tanto seria necessário pois, como não se precisaria de 1300m (ou 2600m), mas apenas de 800m para completar os 10km, se se desse a volta imediatamente antes do Parque de Campismo, ganhar-se-iam 740m por volta, ficando apenas a faltar 60m (se apenas de fizesse isso numa volta), que se completariam em qualquer lado, como por exemplo: alterando a partida; ou, na Avenida 31 de Janeiro, virando à direita no ponto (N 41º32.818  O 8º24.834, alt.175m.) e, depois, imediatamente à esquerda e, depois, à esquerda de novo para voltar à referida Avenida, ganhando-se 80m por volta e, portanto, diminuindo a necessidade de prolongar até ao Parque de Campismo o que foi antes referido (diminuindo também, desse modo, a inclinação).
  3. Outras hipóteses, como utilizando a Rua Beato Miguel Carvalho e a Rua da Restauração, etc.
     Obviamente, não sabemos porque é que o percurso não tinha 10km... Se por falta de cuidado, se por falta de vontade e, caso tenha sido esta última hipótese, se terá acontecido por culpa da Organização, se por culpa da Câmara Municipal de Braga ou até se por culpa da polícia. O que sabemos é que, se o percurso tinha 9,2km, devia-se anunciar isso mesmo e, isso, é culpa da Organização!

     Relativamente ao percurso propriamente dito, o mesmo consistia em duas voltas quase iguais ao circuito seguinte: "Av. Central - Av. da Liberdade - Largo de São João da Ponte - N101 até à viragem para o Clube de Caçadores - Largo de São João da Ponte - Rua de Santo Adrião - Rua Padre Francisco Almeida - Av. 31 de Janeiro - Senhora-a-Branca - Av. Central".
     Ao longo de algumas das principais avenidas da cidade de Braga, é um percurso bonito, sem monotonia (embora contemple a repetição do trajecto) e, não fôssemos nós de Braga, talvez tivéssemos lamentado não ter optado por participar na caminhada, para poder desfrutar verdadeiramente do percurso, ainda que não seja do mais atractivo que se poderia percorrer em Braga. Bonito percurso, na mais bonita e simpática das cidades!

     Em termos técnicos, refira-se que se desenrola em óptimo piso mas não é, todavia, fácil, na medida em que contempla diversas subidas e descidas que se sucedem umas às outras, sendo que apenas a Avenida Central constitui o troço plano (apenas cerca de 10% do percurso).
   Aqui está o percurso da corrida, pronto para ser descarregado em inúmeros formatos.


 De referir ainda quatro factos: um péssimo, dois maus e um bom...

  • O facto péssimo: dias após a realização deste evento, elementos dos SB passaram pelo local dos abastecimentos da prova e depararam-se com um cenário ABJECTO: dezenas e dezenas e dezenas de garrafas de água - as garrafas dos abastecimentos da prova - não tinham sido apanhadas e levadas para um ecoponto, mas encontravam-se na berma da estrada! É absolutamente CRIMINOSO que se conspurque a cidade de Braga desta forma! Não sabemos se a culpa é da Organização ou se é da C.M.Braga ou se de terceiros. O que sabemos é que o responsável devia reparar tal erro e pagar severamente por tal irresponsabilidade! ENORME VERGONHA E FALTA DE RESPEITO PELO AMBIENTE E POR BRAGA E PELOS BRACARENSES!
  • O primeiro facto mau: os (poucos) cartazes que a Organização colocou no centro do Centro da Cidade, na zona da partida e da meta, dias antes do evento para o promover, ainda lá continuavem semanas depois da prova! Fiquem a saber que o Centro de Braga não é nenhuma lixeira, por isso os Bracarenses exigem respeito. Além disso, uma palavra para o facto de tais cartazes, ainda por cima da forma como estavam colocados, não se coadunarem com a harmonia visual que deveria ser exigida naquela zona da cidade, mas este tipo de questões não são para aqui chamadas e o mal não era dos cartazes, era de quem deixa que o lindo centro do Centro da Cidade mais bonita se transforme num amontoado de tendas e cartazes.
  • O segundo facto mau: infelizmente, a Organização não providenciou casas-de-banho portáteis na zona da partida e da meta (apenas estava disponível, pareceu-nos, a casa-de-banho do INATEL, para a qual havia uma grande bicha e não havia informação sobre a mesma). Não compreendemos como não se pensa nisso ou, então, como se espera que as pessoas façam as suas necessidades no jardim. Pois assim tivemos que fazer, depois de esperarmos que um duo de polícias passasse. As mulheres, não sei como fizeram.
  •  O facto bom: nesta prova, quem se inscrevesse até o fim do mês anterior à prova, ou seja, até ao fim de Janeiro, teria o seu nome (primeiro e último nomes) imprimido no dorsal. É um gesto simpático, que só fica bem, e que todo o atleta gosta. Muito bem.
    


Quanto à ORGANIZAÇÃO DA PROVA, vamos analisá-la por partes, classificando cada ponto cuja análise se segue numa escala de 1 a 10:
  • Preço: 5€ pela inscrição, porque nos inscrevemos até ao fim de Janeiro (ainda que, mais tarde, tenham alargado a data até dias antes da prova) - se assim não fosse, seria 7€ - , não nos parece caro, até porque, como a divulgação foi mínima, não eram decerto esperados muitos participantes, pelo que seria difícil que o preço fosse menor. Porém, pedir o mesmo preço para se participar na caminhada, é despropositado!  (7v);
  • Inscrição e pagamento: a inscrição foi efectuada por email. Porém, a Organização não se demonstrou realmente muito organizada, dado que, não obstante nos termos inscrito atempadamente e indicando todas as informações pedidas, dias antes da prova recebemos um email da Organização pedindo-nos informação que já tínhamos facultado. Felizmente, não resultou em problemas no dia da prova. O pagamento foi efectuado por Multibanco e o comprovativo teve de ser entregue (não apenas mostrado) aquando do levantamento dos dorsais. Ora, o recibo do meu pagamento não me faz falta a não ser para a ocasião, porém é meu e só me deveriam pedir para ver ou para lhes facultar uma cópia.  (6v);
  • Divulgação do evento: a divulgação do evento efectivamente constitui um ponto em que a Organização leva mesmo má nota! Tivemos conhecimento do evento ainda em Janeiro, atempadamente, mas através do Emanuel Matos (um atleta de grande fibra, nosso conhecido, que corre pela "Triplagitada", em atletismo, ciclismo, duatlo e triatlo). Se assim não fosse, só teríamos sabido do evento se tivéssemos consultado o site, anteriormente referido, onde encontrámos referência à prova ou então, se tivéssemos passado a pé numa zona muito localizada do Centro da Cidade (perto da partida da prova), onde tínhamos visto meia-dúzia de cartazes alusivos ao evento. Não obstante tão má divulgação, pelo menos na net e junto da sociedade Bracarense, a prova ainda contou com cerca de 400 atletas na modalidade principal, entre os quais muitos galegos. Ponto muito negativo a apontar à Organização, mas também às entidades municipais, que teimam em descurar estes aspectos essenciais de vivência de comunidade!  (3v);
  • Estacionamento: o estacionamento foi fácil, dado que era uma manhã de Domingo, ainda por cima fria. Quem estivesse disposto a pagar bem para estacionar, teria sempre lugar no subsolo, junto à partida e à chegada; se não, teria de andar um pedaço, mas arranjava lugar. Todavia, a exemplo de todas as outras provas em que já participámos, também desta vez a Organização não considerou pertinente informar os participantes dos melhores sítios para estacionar, ainda que tal facto não seja, logicamente, grave.  (7v);
  • Levantamento dos dorsais: efectuado no edifício do INATEL, a 50m da partida. Só pecou por não estar devidamente assinalado como sítio de levantamento dos dorsais, mas decorreu rapidamente e sem problemas, no andar da entrada do referido edifício, que tem espaço suficiente. Quanto aos dorsais, nota positiva para o facto de terem o primeiro e o último nome de cada atleta... Embora só para os atletas que se tinham inscrito com antecedência! Todo o atleta gosta!  (8v);
  • Animação em torno do local do evento: em primeiro lugar, dada a falta de divulgação e o nulo apelo ao entusiasmo colectivo, naturalmente que a população em geral nem sequer soube do evento, quanto mais aliar-se ao mesmo. Não obstante, eram calorosas as reacções dos cidadãos que iam assistindo à passagem dos atletas, o que foi deveras importante, sobretudo nalgumas subidas de grande dificuldade! Além disso, na zona de partida/meta, algumas centenas de pessoas vibraram com o evento. Nesta zona, a animação era efectivamente uma realidade, pois a Organização providenciou música, animador e um palco com animadores de educação física para serem seguidos pelos atletas a fim de efectuarem o aquecimento. No fim da corrida, sob uma tenda insuflável, uma equipa de estudantes de um curso ligado à saúde de uma instituição universitária da região, estavam a fazer rastreios, o que não se enquadra em animação, mas não deixa de ter interesse e importância.  (6v);
  • Partida e Meta:  a partida situava-se a meio da Avenida Central, na passadeira que antecede o ponto em que a Rua de São Gonçalo atinge a referida avenida, seguindo depois pelo túnel em direcção à Avenida da Liberdade, que é percorrida em toda a sua longa extensão descendente. A partida estava, pois, muito bem localizada, a meio de uma avenida do Centro Histórico com duas vias, embora logo à frente o percurso de cingisse a uma via, mas apenas ao longo da descida do túnel. Estava assinalada com um bem visível pórtico insuflável. A meta situava-se a cerca de 200m da partida, em frente à Arcada, na Praça da República, imediatamente antes do chafariz redondo, entre os chafarizes "auxiliares" e estava assinalada com um bem visível pórtico e, ao contrário doutras provas, só havia mesmo um pórtico a assinalar a meta, o que é óptimo, pois não confunde o atleta! Também a localização da meta nos pareceu uma feliz escolha, dado ser no coração da Praça da República, num sítio bonito, agradável e espaçoso e que, além disso, oferece uma recta da meta de categoria, em passeio pedonal.  (9v) ;
  • Abastecimentos: a organização optou por fornecer apenas água, o que se compreende perfeitamente dado ter sido uma corrida quase sem apoios. A corrida contemplava dois abastecimentos. Como o percurso consistia na repetição de um circuito, ambos os abastecimentos se situavam no mesmo local: acima do Estádio 1º de Maio, onde se invertia a marcha. Porém, não é demais relembrar a incúria com que foi tratado o lixo de garrafas resultante do abastecimento, conforme foi acima descrito. Quanto à forma como os atletas recebiam em mão as garrafas de água, lamentamos que, nesta corrida como noutras, quem dá a água em mão não tenha já as mesas cheias de garrafas prontas a dar aos atletas (nem que arrumem as mesas mais para trás, para os atletas não terem a tentação de irem eles à mesa, correndo o risco de deitar tudo ao chão), provocando atrasos.  (7v);
  • Informação ao longo da corrida: ao longo da corrida, a informação quilométrica foi nula. Como o percurso consistia na repetição de um circuito, os atletas tiveram noção que iam a meio da corrida quando passaram junto da zona da partida e da meta. A corrida não era, todavia, sujeita a que os atletas saíssem do percurso, estando as viragens bem assinaladas, com alguém a indicar.  (6v);
  • Ofertas: quando os atletas terminaram a corrida, foi-lhes dada uma saca com ofertas. A mesma, incluía uma garrafa de água de 50cl, uma laranja, uma camisola de manga curta alusiva ao evento e a acarinhada medalha! Tendo em conta a reduzida dimensão da prova e os 5€ de inscrição, pareceu-nos  uma saca de ofertas equilibrada.  (7v).


1 - A camisola (parte da frente).






















2 - A camisola (parte de trás).























3 - A medalha.
























  A 1ª Corrida de Braga foi um evento que nos entusiasmou sobremaneira, por vários motivos: era na nossa terra, era a primeira corrida numa cidade ávida de eventos destes e com centenas ou milhares de praticantes, era um percurso que poderíamos treinar e que conhecíamos bem e era uma prova em cuja distância estávamos ansiosos por verificar até que ponto corresponderíamos positivamente em contexto oficial. 
     Esperamos que tenha sido a primeira de incontáveis edições e que as próximas sejam cada vez melhores e, sobretudo, que se corrijam os três graves erros: a descuidada limpeza das garrafas dos abastecimentos, a quase ausência de divulgação e a errada distância do percurso.
     Sem dúvida que, sempre que houver corridas deste género (entenda-se: feitas para os cidadãos normais, e não para profissionais) em Braga, os Suicidas Brácaros participarão!

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